Para Ariel Nobre
Ariel, agora, daqui desta janela
O céu é cinza e o vento forte anuncia chuvas
Não tenho mais medo de chuva, Ariel
Bebo a água das tempestades
E danço no jardim entre relâmpagos e trovões
Arco retesado a quem desejar te ferir
Somos a promessa de Athena
Nossos corpos, nossas regras:
Rachar a cabeça de Zeus
Extirpar costelas até abrandar
A pele dura do antigo homem
Declarar a existência híbrida e pura
Sonhar Ser; tornar-se Ser
Ao longe, o azul das montanhas celebram
O encanto de tua ousadia
Nesses tempos intranquilos
Em que corpos de mulheres
São silenciados e assassinados
Teu corpo, maior que a tarde,
Projeta-se além de estrelas e estradas
O novo menino parido de si
Inteiro e estonteante
Ariel, Ariel
Todas as águas murmuram teu nome
O Mapa do Mundo, um livro de surpresas, de Pedro Eiras
-
*O Mapa do Mundo*, o mais recente livro de Pedro Eiras, é uma obra que põe
a pensar os leitores que, como eu, arrumam os seus livros de literatura
segund...
Há 3 anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário